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  • Foto do escritorMUDA UFSJ

Contra o hegemônico e o conservador: MUDA!

Festival terminou na última quarta (22), com críticas à perspectiva hegemônica do audiovisual





Permitir um olhar fora dos padrões estabelecidos tanto pela forma de se produzir audiovisual quanto pelas temáticas abordadas em sua grande maioria foi o objetivo principal da II Mostra Universitária de Audiovisual da UFSJ (MUDA!). Após a palestra da diretora e roteirista de ficção e documentário Clarissa Moebus Ramalho na quarta (22), o festival terminou com o anúncio dos três filmes escolhidos pelo júri para a premiação.


Durante os três dias de evento, um catálogo com 38 filmes enviados por 23 universidades brasileiras reuniu estudantes da UFSJ no anfiteatro do Campus Dom Bosco, permitindo que refletissem sobre novas formas de ser e de produzir audiovisual, em um esforço de “cobrir a lacuna de informações que não são veiculadas nos meios de comunicação hegemônicos”, como explicou um dos professores coordenadores do evento, João Barreto. Assim, foram abordados assuntos como feminismo, questões LGBTQI e terceira idade, com enfoque de resistência e inspiração.


No último dia de exibições, a mostra contou ainda com a palestra de Clarissa Moebus Ramalho, que provocou a reflexão acerca das possibilidades artísticas que envolvem a produção audiovisual. Natural de São João del-Rei, a diretora e roteirista iniciou a conversa com o questionamento: “O que é mais importante: o som ou a imagem?” e a resposta que reafirmava a importância da experimentação para fuga do óbvio se concretizou depois da exibição do curta “O Cego Estrangeiro”, de Marcius Barbieri.


Também foram apresentados os curtas produzidos pela cineasta para o Dia da Mulher e que foram exibidos pela TV pública. Dois mini documentários trouxeram personagens de classes diferentes, como forma de abranger a multiplicidade de vivências existente entre as mulheres e o fato de que ambas têm o direito de perceber-se no mundo.


Para Clarissa, a produção audiovisual contribui para a transformação da sociedade à medida que expõe as atitudes do outro que estão fora do nosso alcance: “Quando a gente trabalha com arte, essa é a forma que encontramos para responder aquilo que nem sempre é possível você colocar da maneira mais objetiva possível. É uma forma de responder aquilo que te é provocado”, expõe.


O júri composto pelo Jornalista Marlon de Paula e Débora Castro utilizou critérios como fotografia, coesão e elementos que surpreendessem para escolher os vencedores. Para além da premiação, Clarissa chama a atenção para a troca de experiências oferecida pela MUDA!: “É preciso ter uma base sólida, mas é bom também que haja um espaço de experiência, de troca, para que você consiga acrescentar no seu trabalho e que você acrescente no trabalho de outras pessoas”. Já Marlon destaca a oportunidade de experimentação oferecida pelo festival: “O que roda a roda é a ideia”, provoca o fotógrafo.

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